O Desafio Poliamoroso: Por uma nova Política dos Afetos
- Brigitte Vasallo
- 321 Páginas
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Sinopse
O desafio poliamoroso é uma investigação histórica sobre a centralidade da monogamia em nossas construções amorosas e seus mecanismos de imposição. Com o livro, Brigitte Vasallo nos convida a uma conceitualização do pensamento monogâmico, introduzindo o tema a partir de uma perspectiva feminista, antirracista e anti-lgbtfóbica. Ao mesmo tempo, oferece um passeio encarnado em sua própria história, marcada por experiências (e fracassos) amorosos, em um texto afetivo que estende a mão a quem já tem intimidade com a discussão, mas, por vezes, encontra desamparo no momento de vivenciá-la.
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Este livro é um generoso convite a quem ainda não teve contato com essa discussão, mas é também um espaço belíssimo de desenvolvimento para quem já tem intimidade com tais reflexões. Como pessoa indígena, gênero dissidente e não monogâmica, ler O desafio poliamoroso foi como um abraço, pois saber das vozes que ecoam conosco em outros lugares do mundo faz com que nos lembremos da multidão que somos. Além disso, a autora foi de uma generosidade imensa em partilhar conosco suas dores e alegrias nesses percursos de construção poliamorosa, em uma teoria corporificada, presentificada, que não se coloca em uma posição de externalidade ou superioridade para falar de seu “objeto”, pois ela própria faz parte de seu sujeito de análise. […] Com firmeza, mas carinhosamente, Brigitte Vasallo nos faz perguntas poderosíssimas como: o exclusivo nos trará mesmo a felicidade? E aí nos lembra que a positivação da exclusividade não está circunscrita ao domínio do “casal”, mas a todo um sistema de mecanismos capitalistas que nos propagandeiam a todo tempo que, se tivermos um ingresso “vip” a determinados espaços, sentimentos, contextos, aí nos sentiremos melhores, porque quanto mais exclusivo, tanto melhor — é o que pregam. Se alguém nos diz: “te amo como amo todo mundo, como amo a milhares de seres”, isso pode nos causar um desconforto, visto que aprendemos por toda a vida que só é bom aquilo que apenas nós temos e mais ninguém. Esse princípio é um dos basilares da lógica colonial, do prazer individualista, superficial e portanto sempre insuficiente e descartável.
— Geni Núñez, no prefácio