Diário de uma Borderline

Há pelo menos uma alma gêmea para cada ser vivo na terra, até mesmo pras preguiças. Elas não fazem esforço algum mas em algum momento aquela outra preguiça que foi destinada a ela vai encontrá-la. Finalmente sua vida vai ganhar algum sentido, finalmente chegou aquele que a compreenda e que ame os seus defeitos (mesmo que ela durma o dia todo). Há pelo menos uma alma gêmea para cada ser vivo na terra, menos pra mim. Não que eu seja especial por isso, eu apenas sou como… Um depósito. Onde as pessoas que por ali passam descartam o que não querem ou não tem mais utilidade. E apesar de existir várias insignificâncias nesse caos, de tempos em tempos encontramos algo de valor entre os destroços. Não acredito em destino. É apenas mais uma jaula disfarçada. Porque a preguiça não pode escolher a quem seria destinada? E ainda, porque seria obrigada a viver uma vida inteira ao lado dela? Uma confirmação: não sabemos lidar com escolhas. Se tratando de amor então, dependendo de nós, estamos fadados a ruína. Denominada pela física de singularidade: o coração de um buraco negro, onde o tempo e o espaço deixam de existir. É onde habita o meu universo, perigoso e inabitável para qualquer um. Me encontre no início de tudo, no horizonte de eventos, que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar.