Os Guerreiros

Estranhas e profundas são as razões que impelem os homens pelos diferentes caminhos do mundo. Quem pode localizar qual haja sido aquele ínfimo e preciso momento, aquele motivo sutil que faz de um simples homem um missionário, um bandido, um cientista, um mártir — aquelas criaturas, enfim, que escrevem as páginas excepcionais da História? Entre essas criaturas, às que tomam o encargo de expedir milhares de semelhantes ao encontro da morte — seja qual for o aceno com que as fazem empreender essa marcha — chamam-se genericamente os grandes guerreiros. São homens de dupla efígie, dado que seu perfil é visto e julgado pelos dois lados: o da exaltação e o da execração, segundo o povo, o partido, a nação, a casta, a religião a que tenham servido ou combatido. Por que um homem se faz condutor de homens? Disso, com as limitações próprias de obras do gênero e da extensão de um único volume, trata este livro. Alguns dos nossos biografados são conhecidos dos leitores. Não necessitaremos mais do que lembrá-los. E o caso de Alexandre, César, Napoleão. Outros, avultam em significado histórico-político e, contudo, é ainda um quase nada o que deles se conhece: Sekenenré, Josué, Pachacutec. Há também os que estavam a exigir um alongamento de palavras: Caxias e Rommel, pelo respeito especial que nos merecem e pelo vulto que seus nomes tomaram em dias recentes. Muitos há que bem caberiam em nosso índice: Bolívar, Garibaldi e uma série de vultos com igual projeção. Estão omissos neste por figurarem em outro volume desta coleção.