Ruídos de Outro Mundo

Em 25 de julho de 2234, descobriram a anomalia. Era noite da nave no interior do VSL Adamura, e todas as luzes estavam apagadas ou reduzidas, e em tom vermelho, para não perturbar o ritmo circadiano da tripulação. Os corredores e aposentos da nave estavam quietos… mas não silenciosos. Ventiladores de suporte de vida produziam um zumbido constante ao fundo: um ruído branco calmante que logo deixava de ser percebido. Fora do Adamura, o tom de areia do gigante de gás Samson era engolido pela escuridão do espaço. 2. O laboratório da nave estava abarrotado. Equipamentos que ocupavam as paredes invadiam o centro, deixando passagens estreitas entre eles. Os computadores esquentavam o local, e o ar era denso e sufocante. Inúmeros indicadores diminutos davam a impressão de que havia constelações espalhadas pelas máquinas escuras. Alex Crichton estava sentado em frente ao display holográfico enfiado em um canto, tentando ler os resultados da sonda que tinha sido lançada na atmosfera de Samson no dia anterior. Carbono, amônia, metano… A lista ficou embaçada diante de sua vista. Já passava muito da meia-noite, mas ele ainda não tinha escrito seu relatório, e o capitão esperava aquelas informações de manhã cedo.