Os Bichos

O helicóptero pousou no terraço do Edifício Cristal, situado na Quinta Avenida de Nova Iorque, mas sua hélice horizontal continuou girando, enquanto o homem que o pilotava via a hora no pulso. — Não vai demorar nem vinte segundos — sorriu. — Eu sei — murmurou o outro. Mentalmente, os dois se dedicaram a contar os vinte segundos. E, com efeito, ao fim da contagem, uma pessoa apareceu no terraço e caminhou para o aparelho, saudando com a mão direita. Na esquerda, trazia uma graciosa maletinha adornada de minúsculas flores azuis e vermelha — Aí a temos — tornou a sorrir o piloto. — Pontual como sempre. E com a maletinha... Vai necessitá-la, chefe? — Não sei. Penso que não, mas cada vez que Baby intervém em algum assunto resulta que este é muito mais complexo do que imaginávamos, portanto... Ambos olhavam fixamente para a belíssima criatura que tinham vindo buscar. Já estava muito perto e o vento provocado pela hélice levantou-lhe a saia, mostrando um par de pernas maravilhoso. Agitava também seus cabelos longos e negros, suavemente ondulados. — Cada vez mais bonita... — murmurou o piloto. — Quê? — perguntou o outro, que o ruído do motor não deixara ouvir bem. — Nada... Nada, chefe.